Notícia

Setembro Amarelo e sua origem

Autora: Sarah Victória de Oliveira Ribeiro

04/09/2020, Minas Gerais, Espera Feliz.

Oi, hoje eu irei contar a história de Carlos, uma criança que morava no interior.
Carlos tinha apenas 10 anos, sua mãe tinha falecido há um ano, ele morava só com seu pai, que infelizmente ele era alcoólatra e desempregado. Carlos era uma criança muito alegre, ele estudava em uma escola bem pequena, com poucas pessoas, mas tinha vários amigos.
Um dia, Carlos tinha acabado de chegar em casa, e viu seu pai arrumando as malas, então ele perguntou:

– Pai? O que está acontecendo?

– Nós vamos nos mudar. Vá arrumar suas malas.

– Nós vamos para onde?

– Vamos para a cidade.

Carlos tinha ficado muito animado, ele foi correndo arrumar tudo. Depois que as malas já estavam prontas, ele foi se despedir dos seus amigos. Foi emocionante e todos choraram.

– VAMOS SENTIR SUA FALTA! (Diziam todos seus amigos).
Passou-se uma semana, o pai de Carlos arrumou um emprego e colocou-o em uma escola.

– É amanha, papai! Estou ansioso para ver meus amigos novos, tenho certeza que vou ter vários!

– Meu Deus, 22h30min! Vai dormir, menino. Amanhã você tem que acordar cedo!

– Está bem, pai.

E assim foi feito, o menino tinha ido descansar. Ele acordou bem cedo, arrumou as coisas, colocou o uniforme, escovou os dentes e foi para a aula.
– Bom dia, alunos. Eu sou a nova professora de artes de vocês! E eu tenho uma surpresa. Nós teremos um aluno novo. Carlos, venha aqui se apresentar.

– O-oi, meu nome é Carlos, eu tenho 10 anos e eu morava no interior com o meu pai.
Todos olham para ele e começam a cochichar um com os outros deixando o menino novo sozinho.

Já tinha se passado 2 horas, a sala estava barulhenta, insuportável.

(Uma menina senta ao lado de Carlos).

– Oi, tudo bem? Meu nome é Gabrielle, prazer.

– Oi, você já deve saber meu nome (ele ri). Aliás, a professora falou para a classe e eu me apresentei, né?

– Verdade (ela começa a rir). Quer ser meu amigo?

– Sim! (ele fala bem animado)

Uns meses se passaram e Carlos tinha feito 11 anos, seu pai perdeu o emprego de novo, ele voltava para casa bêbado e sempre batia nele. Ele saía correndo e ia para a casa de Gabrielle. A amizade dos dois era incrível. Passou-se mais uma semana, e Carlos percebeu que estava sofrendo bullying. Ele não ligava muito, mas ficava triste pelos comentários.

– OLHA LÁ ELE! “BURRO”!.
-SEU “RATO”.
– RATO DE LABORATÓRIO!
– EXPERIÊNCIA QUE DEU ERRADO.
– QUE NOJO! NÃO FIQUEM PERTO DELE, ELE PASSA DOENÇA (todos riam)
Gabrielle percebia como Carlos ficava e ela não o deixava sozinho, sempre estava lá perto dele.

– Carlos, ignora eles. Esses aí não te conhecem.
– Obrigado, amiga…
E foi assim por mais 4 anos. Sim, se passou muito tempo e o pai continuava a bater em Carlos. O bullying continuava. Ele tentou falar com todos, mas as pessoas falavam “VOCÊ ESTÁ FICANDO DOIDO. EU OS CONHEÇO, NUNCA FARIAM ISSO”. Com tudo, ele só tinha a uma pessoa para conversar: Gabrielle, sua amiga. Ela e sua família o aceitavam de qualquer forma. Carlos continuou na mesma escola, mas as coisas começaram a piorar…

– Luiza, chame todos aqui. (diz Gustavo)
– OK! GALERA, VENHAM AQUI.
– Gente, eu estava pensando aqui… a nossa escola não pode ter aquela aberração como aluno. Acho que devíamos bater nele na saída da escola. O que vocês acham? (Gustavo cochicha para todos).
– BORA! (a maioria concorda e confirma).
– Não sei não, galera. Isso pode pegar mal… (Luiza disse com medo).
– Ou você esta com a gente ou está sozinha.
O sinal do intervalo toca, todos estão de volta nas salas de aula. Minutos passando, professores falando e alunos gritando. No final da aula, Carlos recebe uma carta e nela coisas horríveis foram escritas sobre ele. Sua amiga percebe que ele muda de expressão e pega a carta.

– QUEM ESCREVEU ISSO? (disse ela estressada)

– Fui eu! O que a princesinha irá fazer? (Diz Lucas, outro aluno que fazia bullying com o menino).
– Olha aqui seu…
“Gabrielle é interrompida por Carlos”
– Deixa quieto, Gabrielle.
-ok…
Os dois vão para a saída. Gabrielle vai para a sua casa e Carlos também (em caminhos diferentes). No meio do caminho, ele é cercado por um grupo que começa a bater nele.

– POR FAVOR… PARA! (ele grita, mas não adianta).

Carlos não aguentava mais o bullying, o pai, as pessoas que faziam aquilo com ele e que diziam que ele era louco.
– Chega… Já deu, não aguento mais.
Ele vai para a sacada, estava anoitecendo, o céu brilhava, a lua estava linda. Carlos respirava fundo, ficava calmo, igual o vento que passava por ali.

– Pai… Desculpa-me se eu fui uma decepção para você, eu só queria te deixar orgulhoso. Gabrielle, eu já estou indo, não aguento mais. Eu posso estar indo embora daqui, mas estarei perto de você, não te abandonarei. Mãe… Finalmente irei te ver novamente.

“Seu pai chega com as compras”.

– Filho, cheguei! Adivinha, eu tenho um emprego novo! (falava todo feliz)

Felipe, pai de Carlos, o procura pela casa, e não o acha, ele vai à varanda correndo e vê seu filho no chão.

– CARLOS, ACORDA! VOLTA PARA MI!, ME DESCULPA, FILHO…

Um dia se passou e todos foram no enterro do menino, Gabrielle e Felipe choravam muito.

Descanse em paz Carlos… 1988 de Janeiro – 2003 setembro
A cidade comovida viu que não era só o caso de Carlos, isso acontecia com vários adolescentes. Então, a partir do ano 2003, em todo setembro, seria o Dia Mundial De prevenção do Suicídio.

Fim…

 
!Atenção!
Essa história não é o verdadeiro motivo para o Dia Mundial De Prevenção do Suicídio, eu criei a história e os personagens.
Se você tiver passando por problemas, não fique calado, procure ajuda de um psicólogo, fale com os responsáveis.
Não esqueça que você é especial para alguém.